Pesquisadores descobrem vestígios de Homo sapiens que mudam conhecimento sobre nossos ancestrais

Descoberta na Europa refuta tese que neandertais eram predominantes na região antes de serem extintos

Por Ricardo Albuquerque em 23/03/2024 às 18:50:37


A análise, de fragmentos ósseos, descobertos em um sítio arqueológico em Ranis, no centro da Alemanha, revelou que os Homo sapiens, os humanos modernos, estavam presentes no Norte da Europa há 45 mil anos. A constatação muda o que os paleontólogos até hoje acreditavam. A evidência da coexistência de Homo sapiens e Homo neanderthalensis, em conjunto com descobertas genômicas, indica cruzamentos ocasionais entre as duas espécies.
Desta forma, o trabalho científico liderado pelo Instituto Max Planck para Antropologia Evolutiva, na Alemanha, sugere que a Europa e Ásia, há cerca de 50 mil anos, foram invadidas pelos Homo Sapiens o que pode ter contribuído para a extinção dos Neandertais, presentes na região por mais de 500 mil anos. E os resultados da análise genética, juntamente com investigações arqueológicas e datações por radiocarbono, comprovaram a presença dos “homens modernos”.

- A análise genética confirmou que o Homo sapiens estava presente em Ranis há 45 mil anos, alguns dos primeiros Homo sapiens na Europa. É importante destacar que vários fragmentos compartilhavam as mesmas sequências de DNA mitocondrial, até mesmo fragmentos de diferentes escavações. Isso indica que os fragmentos pertenciam ao mesmo indivíduo ou a seus parentes maternos, ligando essas novas descobertas às de décadas atrás – destacou Elena Zavala, uma das pesquisadoras

O sítio em Ranis, conhecido por suas lâminas de ferramentas de pedra, denominadas pontas de folhas, são atribuídas à cultura Lincombian-Ranisian-Jerzmanowician, evidenciando a presença dos Homo sapiens no local. O sítio arqueológico é considerado um dos mais antigos confirmados da cultura humana moderna na Idade da Pedra na Europa Central e Noroeste.

Segundo a Dra. Zavala As escavações em Ranis forneceram percepções adicionais sobre a vida na região durante o Paleolítico Médio e Superior. Além das descobertas genéticas, a análise do ambiente e da dieta dos habitantes da caverna sugere uma adaptação surpreendente dos Homo sapiens a condições climáticas adversas, desafiando conceitos anteriores sobre a resiliência humana em climas frios.

- Essas descobertas reescrevem a história da colonização do Norte da Europa, na compreensão da transição do Paleolítico Médio tardio associado aos Neandertais para o Paleolítico Superior humano moderno na Europa Central” – enfatiza a pesquisadora.

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