Pandemia fez crescer os casos de depressão ansiedade no mundo

A pandemia fez crescer os casos de depressão e ansiedade no mundo

Por Redação Achado Top em 24/05/2022 às 14:38:37

A pandemia fez crescer os casos de depressão e ansiedade no mundo todo

Em 2020, os casos de depressão grave e de ansiedade aumentaram em 28% e 26%, respectivamente. As mulheres foram mais afetadas do que os homens e os jovens mais do que as outras faixas etárias, incluindo os mais velhos. Essa é a conclusão de um novo estudo, publicado em uma revista médica britânica e realizado por uma equipe internacional de especialistas em saúde mental.

O que dizem os especialistas

Os autores constataram que os países com altos índices de infecção por Covid-19 e com reduções significativas no ir e vir das pessoas (o resultado de medidas como confinamento, fechamento de escolas, etc.) tiveram os maiores aumentos na prevalência de ambos tipos de distúrbios: depressão e ansiedade.

Como os governos começaram seus planos de recuperação da Covid-19, é importante que eles compreendam as necessidades de saúde da população, incluindo a saúde mental.

Os resultados destacam a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde mental para enfrentar a crescente carga de grandes distúrbios depressivos e ansiosos em todo o mundo. Mesmo antes da pandemia, tanto a depressão quanto a ansiedade já apareciam em grande quantidade no número global de diagnósticos das doenças, afetando milhões de homens e mulheres de todas as idades em todo o mundo.

Os sistemas de saúde mental na maioria dos países têm sido historicamente sucateados e desorganizados na prestação de serviços. Atender a demanda adicional por serviços de saúde mental devido ao coronavírus é um desafio, mas deixar de agir não deve ser uma opção.

Essas pesquisas, cujos resultados e conclusões vamos apresentar hoje, foram as primeiras a avaliar o impacto global da pandemia sobre esses dois distúrbios mentais, quantificando a prevalência e o peso por idade, sexo e localização em 204 países e territórios.

Mulheres e jovens estão entre os mais vulneráveis

A análise indica que o aumento da taxa de infecção por Covid-19 e a redução da circulação de pessoas foram associados a um aumento da prevalência de depressões graves e transtornos de ansiedade, sugerindo que os países mais afetados pela pandemia tiveram os maiores aumentos na prevalência desses distúrbios.

Na ausência de uma pandemia, as estimativas sugerem que teria havido 193 milhões de casos de transtorno depressivo maior (2.471 casos por 100.000 habitantes) em todo o mundo em 2020. Entretanto, o estudo mostra que houve 246 milhões de casos (3.153 por 100.000), um aumento de 28% (53 milhões de casos adicionais). Mais de 35 milhões dos episódios adicionais ocorreram em mulheres, em comparação com cerca de 18 milhões em homens.

Da mesma forma, haveria 298 milhões de casos de transtornos de ansiedade (3.825 por 100.000 habitantes) em todo o mundo em 2020 se a pandemia não tivesse ocorrido. Entretanto, estima-se que houve 374 milhões de casos (4.802 por 100.000) em 2020, um aumento de 26% (76 milhões de casos adicionais). Cerca de 52 milhões desses episódios ocorreram entre as mulheres, em comparação com cerca de 24 milhões entre os homens.

Os jovens eram mais afetados do que as faixas etárias mais velhas. A prevalência desses distúrbios atingiu um pico entre os jovens de 20 a 24 anos (1.118 casos novos de depressão por 100.000 e 1.331 de ansiedade por 100.000) e diminuiu com o aumento da idade.

Não à toa vemos esses reflexos na saúde sexual de homens mais jovens: após esse período, a busca por um tratamento para ejaculação precoce masculina aumentou entre essa faixa etária

Mas o maior reflexo está na exacerbação das desigualdades existentes. E, por muitas razões, em geral as mulheres foram mais afetadas pelas consequências sociais e econômicas da Covid-19.

Mas por quê?

Cuidados adicionais e responsabilidades domésticas tendem a cair sobre elas, e elas tendem a ter salários mais baixos, menos economias e empregos menos seguros do que os homens. Elas também são mais propensas a serem vítimas de violência doméstica, que aumentou durante esse período.

Da mesma forma, o fechamento de escolas e as restrições impostas que limitavam a capacidade dos jovens de aprender e interagir com seus pares – junto do aumento do risco de desemprego – também fez com que os jovens fossem mais afetados durante a pandemia. É crucial que os agentes políticos levem em conta fatores subjacentes como esses que estamos apresentando na hora de criar medidas para fortalecer os serviços de saúde mental.

Limitações do estudo

Os autores reconhecem que o estudo foi limitado pela falta de dados de alta qualidade sobre os efeitos da pandemia na saúde mental em muitas partes do mundo, especialmente em países de baixa e média renda. Consequentemente, eles dizem que as extrapolações para territórios onde faltam dados devem ser interpretadas com cautela.

Além disso, a maioria dos dados disponíveis é baseada em escalas de sintomas relatados por conta própria, que estimam apenas os casos prováveis de depressão e ansiedade graves. Mais dados de pesquisas de diagnóstico representativas da população em geral melhorariam, portanto, a compreensão do impacto da pandemia sobre a saúde mental.

Além disso, a prevalência de outros transtornos mentais (como distúrbios alimentares, por exemplo) também pode ter sido afetada pela Covid-19, e os autores argumentam que esses casos devem ser avaliados à medida que novas pesquisas de saúde mental são realizadas.

Conclusão

A pandemia criou um ambiente no qual muitos determinantes da saúde mental são afetados, o que significou que a demanda por serviços de saúde mental aumentou. Precisamos reavaliar seriamente a forma de responder às necessidades da população agora e no futuro. As estratégias devem promover o bem-estar mental e se concentrar nos determinantes agravados pela Covid-19.

Tudo isso sem falar nas consequências para a sexualidade das pessoas – um tema de saúde que não deve ser deixado de lado. Se por um lado mencionamos os que querem uma solução para como demorar para gozar, há aqueles que, na verdade, viram a própria libido reduzir vertiginosamente.

Existem tratamentos eficazes para esses transtornos e as estratégias devem promover intervenções para aqueles que desenvolvem um distúrbio mental. Esperamos que tais pesquisas, que esses resultados orientem os tomadores de decisão sobre o que priorizar e quais populações são mais afetadas.

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